Conclusão

A relação entre o conceito de Corpomídia e a prática da Intervenção Urbana em um contexto sócio-político estabelece uma reatualização constante de fluxos empíricos conectados a uma visão crítica da realidade. A colaboração da criação na Intervenção Urbana é a de transformar os fluxos da realidade cotidiana na construção de uma arte libertária por excelência e não mais encerrada em sistemas fechados. Para tanto cabe ao artista “tornar corpo” seus próprios modelos de criação e mesurar suas potencialidades deste corpo enquanto interlocutor artístico na sociedade em que atua.

Em um contexto onde o questionamento sobre nosso destino coletivo torna-se pauta primordial na sociedade, a Intervenção Urbana vem colaborar para uma ação efetiva e direta em outros patamares da realidade. Estrategicamente é na formação de redes, diálogos, circuitos e conectividades que está a possibilidade de emergência de novos pensamentos sobre estéticas, políticas, trocas e meios de informação.

Em um mundo liqüefeito7, onde os rumos políticos e sociais mudam de aspecto a cada instante, a prática da Intervenção Urbana pode vir a configurar-se como a explicitação da ambivalência de nosso tempo evidenciando assim a proliferação de novos sentidos e apontando para novos caminhos artísticos.